sábado, 28 de novembro de 2009

Luís Vaz de Camões

Amor é fogo que arde sem se ver,
é ferida que dói, e não se sente;
é um contentamento descontente,
é dor que desatina sem doer.

É um não querer mais que bem querer;
é um andar solitário entre a gente;
é nunca contentar-se de contente;
é um cuidar que ganha em se perder.

É querer estar preso por vontade;
é servir a quem vence, o vencedor;
é ter com quem nos mata, lealdade.

Mas como causar pode seu favor
nos corações humanos amizade,
se tão contrário a si é o mesmo Amor?


10 comentários:

  1. "é ter com quem nos mata, lealdade."

    O amor é uma coisa simples e complexa. É por isso que não vivemos sem ele.

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  2. Esse poema é lindo mesmo!

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  3. Olá.
    Obrigado por seguir meu Blog - AQUECIMENTO GLOBAL

    Tbm estou seguindo o seu!
    Até +

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  4. esse poema,,,e lindo...sem palavras...

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  5. Essa poesia é um clássico. Cheia de antíteses, como o amor. Viva Camões - o maior poeta da nossa Língua!

    abç
    Pobre Esponja

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  6. Tornou-se um clássico popular, por obra e graça de Renato Russo - e continua lindo, com todos esses antagonismos. :)

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